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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Maconha faz Mal

Maconha faz Mal
Recente reportagem publicada na Revista VEJA, da autoria de Adriana Dias Lopes, traz dados muito interessantes para quebrarmos de vez o mito que se tenta construir de que a maconha seria uma droga inofensiva, ou menos danosa à saúde do que o tabaco e o álcool. A matéria merece ser lida e ponderada. Transcrevo aqui alguns pontos que bem merecem uma reflexão:“(...) A razão básica pela qual a maconha agride com agudeza o cérebro tem raízes na evolução da espécie humana. Nem o álcool, nem a nicotina do tabaco; nem a cocaína, a heroína ou o crack; nenhuma outra droga encontra tantos receptores prontos para interagir com ela no cérebro como a cannabis. Ela imita a ação de compostos naturalmente fabricados pelo organismo, os endocanabinoides. Essas substâncias são imprescindíveis na comunicação entre os neurônios, as sinapses. A maconha interfere caoticamente nas sinapses, levando ao comprometimento das funções cerebrais. O mais assustador, dada a fama de inofensiva da maconha, é o fato de que, interrompido seu uso, o dano às sinapses permanece muito mais tempo — em muitos casos, para sempre, sobretudo quando o consumo crônico começa na adolescência. Em contraste, os efeitos diretos do álcool e da cocaína sobre o cérebro se dissipam poucos dias depois de interrompido o consumo.Diante dessa constatação científica, que ademais não é nenhuma novidade, como os pais e professores podem tratar do assunto com os filhos e alunos?Cada vez mais os educadores precisam estar atentos para as engenhosas técnicas de manipulação que modernamente se nos apresentam a todo instante. Uma delas é a que sustenta ser a maconha uma droga inofensiva.A manipulação se dá de uma forma bem sutil e até se vale de um raciocínio silogístico: (1) Premissa maior: o tabaco e o álcool fazem mal à saúde, mas são considerados lícitos; (2) Premissa menor: a maconha faz menos mal à saúde, mas é considerada ilícita; (3) CONCLUSÃO: a maconha também deveria ser considerada lícita.As evidências científicas que mencionamos acima apontam o sofisma desse raciocínio, na medida em que a maconha não é menos ofensiva que as outras drogas. Mas, de qualquer sorte, penso que não é nesses termos que as coisas deveriam ser apresentadas.Ao orientamos os nossos filhos e alunos, deveríamos motivá-los a pensar não apenas sob a ótica do que é mais ou menos ofensivo à saúde. Mais que isso, convém motivá-los a ponderar sobre os comportamentos que os fazem crescer enquanto pessoas de modo a atingirem a plena realização. E, por outro lado, saber rejeitar tudo aquilo que os priva da tão sonhada felicidade ou dificulta sua busca.Penso que um grande desafio do educador de nosso tempo é saber elaborar muitos porquês: “Por que consumir maconha?”, “Quanto dura a sensação prazerosa que ela proporciona?”, “Como se sente após o consumo, no dia seguinte, talvez?”, “Os ‘amigos’ que se faz nesse meio são verdadeiros, sinceros e leais, ou são interesseiros e nos abandonam tão rapidamente quanto duram os efeitos da substância?”.Mas há um desafio ainda maior que cabe muito especialmente aos pais e professores. Trata-se de mostrar a esses jovens, não tanto com palavras, mas com o exemplo das suas vidas, que há uma “substância entorpecente” que causa muita alegria, não tem efeito colateral e aumenta gradativamente com o tempo e com a intensidade do consumo. Seus componentes são muitos e variados, mas podem ser resumidos em: generosidade, espírito de serviço e amor ao próximo. Proporciona aos seus usuários: alegria, paz, serenidade e realização. E, o que é melhor, não têm contraindicações. No entanto, esse produto não possui embalagem, nem propaganda. Assim nossos jovens somente se interessarão de verdade por adquiri-lo se vierem estampados na nossa face tudo aquilo que proporciona.
  

Autor: Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas e Especialista em Matrimônio e Educação Familiar pela Universitat Internacional de Catalunya – UIC.

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