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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sexualidade



Sexualidade 
Não pode ser reduzida à genitalidade
O termo sexualidade surgiu no século XIX e tinha um significado que envolvia vários aspectos como o somático e psíquico. Precisamos pensar a sexualidade neste contexto mais amplo: Físico e Psíquico.

A TV nos mostra a sexualidade apenas no campo físico, pelo enfoque da busca pelo prazer. Os jovens compram esta imagem ilusória e entram pelo caminho do sexo desregrado, e desconhecem na maioria das vezes o próprio funcionamento dos órgãos genitais, a anatomia do próprio sexo, quanto mais dos outros e se julgam em condições de partir para estes relacionamentos.

Uma de minhas surpresas ao estudar através de pesquisas sobre a juventude, foi uma da folha de S Paulo mostrando que os jovens desconhecem seu próprio corpo, os meninos consultados na sua grande maioria desconhecia o processo da menstruação das meninas, estas por sua vez raras vezes conhecem o funcionamento do próprio corpo, quando estão férteis, quando há risco de engravidar, etc., vale só para ilustras que no tempo em que as meninas se sentem mais excitadas, é exatamente o tempo de maior fertilidade, e talvez seja por isto que tantas engravidam.

A atração, o desejo físico, sexual é normal, mas aprender o autocontrole é essencial para a vida, no namoro além da oportunidade de exercitar o auto controle, também temos a oportunidade de não provocar o outro para o pecado. Um dos caminhos para enfrentarmos ás tentações é conhecer o mecanismo que as move dentro de nós e sua relação com mundo exterior.

A tentação começa se utilizando de nossos sentidos exteriores, seja a visão, a audição, o tato, e até mesmo o olfato. Na verdade os sentidos são essenciais a vida e até mesmo a vida espiritual pois S. João da cruz diz que toda experiência com Deus passa necessariamente pelos sentidos, no entanto toda a vida espiritual que quer crescer tem que sair do sentir e partir para a experiência da fé, assim também recebemos pelos sentidos diversos impulsos, que nos levam a tomadas de decisões, que poderão ser para o bem de nossa alma ou para a nossa derrota diante do pecado.

Quando pelo olhar somos tentados ou por qualquer outro sentido, isto não significa que cometemos qualquer pecado pois não podemos impedir de sentir, os sentimentos não são coisa ruins ou mesmo boas são simplesmente sentimentos positivos ou negativos, o que fazemos após isto, tem um significado ligado a vontade, e desta forma, partindo de uma decisão livre pode ser boa ou má. Hoje em dia ouvimos falar de tele sexo, e sua grande utilização principalmente pela juventude, sabemos que não é simplesmente ouvir que torna tal ato pecaminoso, mas o passo seguinte da tentação é o deleite, após olhar ou ouvir, deleita se no que vê ou ouve, como conseqüência concebe em seu coração ou mente o pecado, isto é começa a desejar, a um despertar do desejo, em seguida o pecado é gerado no coração, entram ai em ação a imaginação, a fantasia, o pecado já cravou suas raízes, o próximo passo não é outro senão a ação se consentida pelo outro ou mesmo a ação realizada no coração.

Diante deste mecanismo é importante a vigilância, pois se não conseguimos barrar o progresso da tentação não permitindo que nossa alma se deleite no pecado, e com isto acabe por concebê lo, é melhor como diz a escritura cortar sua mão se esta leva a pecar do que ter as duas e não entrar no reino dos céus, assim é melhor evitar ocasiões onde se escutará coisas que te levem a pecar, evitar dar a liberdade ao olhar para que este não te desencaminhe, quero reforçar que não há pecado no sentimento gerado pelos sentidos, há pecado no deleite concebido gerado em nosso coração.

Olhar com admiração ou mesmo ouvir palavras românticas, que às vezes mexem com nossos hormônios, não é pecado, porém dar vazão ao deleite concebendo em nosso coração as fantasias e imaginações do que poderia ser feito, isto sim nos é nefasto, e com certeza nos levará ao pecado realizado.

Os namorados devem portanto procurar dialogar para compreenderem o que os pode levar a crescer em intimidade sem pecar, aprendendo a lidar com seus sentimentos, e procurando não ceder a tentação uma vez que \"Deus não nos dá tentação acima de nossas forças.\"

Uma grande pesquisa americana constatou que os casais cristãos são mais felizes sexualmente do que a maioria dos não cristãos, isto é as mulheres cristãs chegam ao orgasmo mais vezes do que a maioria dos casais não cristãos, é claro que isto não é uma graça simplesmente, mas a estabilidade gerada pela relação cristã, é um dado fundamental para este sucesso, também devemos considerar que a visão cristã do matrimonio que busca antes a felicidade do outro, ajuda a que o homem procure criar o romantismo necessário, bem como valorizar as caricias no lugar do simples ato sexual.

E preciso também tomar cuidados com relação as fantasias criadas pela cultura mundana em que vivemos, no caso masculino, muitos jovens tem fantasias com a prostituição, e muitas vezes são possuídos por imaginação sobre aberrações sexuais, no caso feminino a mais comum é a do príncipe encantado, que leva a uma alienação da realidade, e cria frustrações no relacionamento, uma vez que o príncipe não existe na verdade daquela forma, mas é fruto de uma imaginação. Não podemos deixar de ver que existem alguns problemas reais gerados no caso de namoros que acabam em sexo genital, antes do casamento, gostaria de citar alguns para que possa ajudar a nossa reflexão:

01 - Gravidez prematura

Sabemos que uma das razões da genitalidade é exatamente a geração de vida, é um mandato de Deus, \"Crescei e multiplicai vos\", disse o criador no livro do Gênesis, uma vida gerada, é uma participação especial do Senhor, na vida de todos os que estão ao seu redor, porém temos visto a vida nascente muitas vezes como um problema, que muitas vezes chega a ser social, podemos ver no caso das crianças órfãos de pais vivos que o Santo Padre o Papa alertou como um dos grandes problemas da atualidade.

Também, é daí que surgem a frase \"filhos dos avós\", e que se tornam um desvio no futuro da educação. Mesmo assim encontramos dois tipos de casos de gravidez prematuras, aquelas que após o fato, levaram os namorados ao casamento e aquela que não terminou em casamento, a gravidez prematura gera sempre seus traumas, no relacionamento que não era adequadamente maduro pois ainda eram namorados, e passa a sofrer uma abrupta mudança inclusive emocional devido a mudança feminina, e as pressões que sofre, a insegurança, pois conheci muitos casos onde a moça tinha certeza de que se casaria, e acaba por sofrer a decepção do abandono.

Em alguns casos a situação da gravidez leva a casamentos onde não houve uma possibilidade de avaliação de todas as dimensões do relacionamento, e desta maneira casamentos já começam como se fosse uma loteria, só Deus sabe o que vai dar. O casal mesmo que se ame e tenha um compromisso sincero um com o outro e com Deus, fica privado de uma evolução no casamento pois ele começa já com um novo agregado que o filho que virá, e antes mesmo de harmonizar a nova vida, já é necessário viver outra dimensão da vida: ter o filho.

Quantas vezes vejo a relação sexual dificultada no casamento por que o medo de nova gravidez vai inibindo o relacionamento.

Quando a gravidez encontra se sozinha, isto sem o companheiro, temos uma ferida profunda no homem, que nunca mais poderá se sentir um pai completo, pois um dia abandonou o que era de si mesmo, porém a ferida na mulher é ainda maior pois tem uma vida que necessita de extremos cuidados reclamando dela a estabilidade, o afeto, e ela mesmo está sensibilizada e carente pela relação que não era verdadeiramente completa.

02 - Problemas de consciência

Quando em um namoro os jovens não tem domínio sobre seus corpos e acabam por se envolver genitalmente, após o rompimento ou mesmo durante ele encontramos o conflito de consciência que acompanha até a vida toda se Deus não vier nos curar, e dar o seu perdão. Tive a oportunidade de atender jovens namorados que se relacionavam sexualmente e que se sentiam sempre em estado de pecado, até mesmo casos em que a pessoa já tinha até netos mas que atribuía problemas matrimoniais a esta razão.

03 - Problemas de socialização

Casais de namorados que tiveram relações conjugais sem serem casados, tem grande dificuldade de se socializarem pois, seus relacionamentos centram no físico mais do que no emocional e espiritual, o que faz com se sintam julgados, ou não consigam falar abertamente de si mesmos, dificultando relacionamentos profundos e de amizade.

04 - Problemas psicológicos

Em alguns casos sobram após estas experiências traumas tão profundos que encontramos indivíduos desequilibrados, em seus afetos, e até mesmo com problemas de relacionamento com seu próprio eu.

Só há verdadeiro compromisso quando existe um assumir o outro diante da comunidade isto é, após o casamento, fora disto tudo não passa de aventura de falsas verdades, desculpas para não assumir o outro como não temos dinheiro, não temos idade, problemas profissionais ou mesmo a resistência dos pais.

Fonte: www.rccjovem.com.br

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